segunda-feira, agosto 19, 2013

Até tu Noblat?


Por Andréa Richa
Nessa segunda-feira , me admirei ao ler a coluna do caríssimo Ricardo Noblat. Em meio à chicana descarada do ministro Lewandowski e à falta de auto impedimento do ex- advogado do PT e atual ministro, Dias Tofolli, em ser o relator das contas do próprio partido a ser julgado, o que realmente faz o colunista Ricardo Noblat se indignar é a forma deselegante do atual presidente do STF, Joaquim Barbosa, ao pedir mais agilidade de seus pares.

A narrativa demonstra tanta indignação com as atitudes grosseiras de JB, que fica claramente exposto, o quanto vem avançando no Brasil , o avesso à disciplina e à ordem que se seguiu após a contra revolução de 64, que deu origem ao governo militar. Além de introduzir uma falta de limites no entendimento coletivo de perceber até aonde vai o nosso direito e termina o alheio, o ranço da aversão a qualquer atitude de firmeza ou autoridade (não confundir com “autoritarismo”, por favor) também contamina os mais esclarecidos dos nossos pseudos intelectuais ou formadores de opinião .

Essa distorção de valores, nos afasta ainda mais do foco do que realmente importa , prestando um desserviço à sociedade que, cada vez mais doente , se vê também mais longe de um remédio para a cura desse grande mal que está arrebatando várias gerações com a força de vândalos virais, a depredar os pilares das instituições sociais, morais e éticas, conquistadas a trancos e barrancos na história da humanidade ocidental cristã,( isso mesmo, por mais que se rasguem de ódio os esquerdopatas, não dá para dissociar moral e ética de princípios cristãos na formação da sociedade ocidental) .

Para embasar sua indignação, Noblat não se faz de rogado ao citar que o ministro JB foi escolhido por Lula para o cargo, no rastro das cotas raciais tão aduladas nas esferas públicas e deixa escapar que enxerga uma divisão entre negros que se sentem vítimas da sociedade , portanto, inferiores e aqueles que se arvoram contra a descriminação se escorando na soberba, lugar em que encaixa o negro JB. Seria esse o motivo, no seu entender, o fato do ministro ser intempestivo e impaciente com quem abusa da burocracia criada pelos meandros do “juridiquês”?

A meu ver, Joaquim Barbosa tem conhecimento exímio sobre “ embromation” e “chicanation”, qualidade deveras maior que os defeitos de elegância alegados pelo indignado colunista. E, a despeito de proferir votos decisivos para mudanças na constituição as quais eu não concorde, como as cotas raciais, ou como a decisão de acolher em berço esplêndido o terrorista italiano Cesare Battistii, ainda assim, prefiro a curta e grossa voz negra e soberba da autoridade quando essa se faz proeminentemente necessária, à afabilidade branca e debochada da hipocrisia politicamente correta, que corrói os alicerces culturais nas raízes da nossa sociedade demente e tão carente de ícones que nos faça acreditar que nem tudo está perdido.



 
Andréa Richa é jornalista e atriz

3 comentários:

  1. Excelente comentário.
    A indignação negra e a maciez pálida de nossos doutos magistrados.
    Estou com você.

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  2. Parabéns, Andréa, excelente análise! Suas opiniões refletem o sentimento de um segmento expressivo de brasileiros QUE AINDA ACREDITAM NAS LEIS, NA DECÊNCIA! Ótima reflexão! Beijos!

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