quarta-feira, maio 27, 2015

A hora da decisão

Por Nélio Roças
O PSDB com a estratégia de entregar petição ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusando a presidente da República Dilma Rousseff de crimes contra as finanças públicas e de falsidade ideológica nada mais esta fazendo do que terceirizar para o judiciário uma responsabilidade que em tese é do Congresso Nacional. Na verdade o que deveria ser feito era encaminhar ao Congresso Nacional o pedido de impeachment de Dilma, aprova-lo, afasta-la, e depois então encaminhar o processo a Vara Criminal de direito, ou seja, ao Juiz Sérgio Moro no Paraná. A manobra defendida pelo PSDB, faz com que o processo seja encaminhado diretamente ao STF, Dilma tem foro privilegiado por ser presidente, onde provavelmente será arquivado ou na melhor das hipóteses conduzido a absolvição.

Se tudo que o PSDB esta fazendo faz parte de uma manobra, e vier a surtir o efeito que o povo espera, o tempo dirá, até porque esta sendo conduzida por um dos maiores especialista do país, Miguel Reale Jr. Mas a princípio o que se desenha é uma grande AMARELADA do partido que parece preferir ver o Brasil destruído pelas mãos de Dilma e do PT, do que ter que conviver com a dura realidade de perceber que na verdade perdeu a eleição de 2014 para Michel Temer, e não para a Rainha Louca que ainda habita o Palácio do Planalto.

Se o PSDB quiser realmente passar a limpo todos os desmandos que assolam o país, e mais que isso, não tiver nada a temer, deve se juntar imediatamente a "corrente" que amanhã fará formalmente a entrega das assinaturas populares pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, que será recebida por um grupo de deputados e Senadores quando do final da marcha e da manifestação que acontecerá na entrada do Congresso Nacional. Caso contrário, terá que conviver o partido com a dura realidade de que;
PERDEU O TREM DA HISTÓRIA.

sábado, março 21, 2015

Quem deve pagar são os "CHEFES"

Por Nélio Roças
Realmente é alarmante para milhares de trabalhadores a situação criada pelos delinquentes comandados e arregimentados pelos governos corruptos do PT. Além de quase destruírem a maior empresa pública do país, assaltarem os cofres públicos, formarem a maior quadrilha já vista provavelmente na história, estes energúmenos criaram uma situação de alarme e desespero social.
Caso o ministério publico leve a termo a lei penal, todas as empresas envolvidas no escândalo do Petrolão ficam impossibilitadas de operar no mercado público por período a ser definido, gerando a maior onda de desemprego catalogada no país e levando milhares de pessoas a absoluta bancarrota e a miséria.
Resta a CGU, tentar minimizar essa avalanche de demissões, fazendo o máximo possível de "acordos de leniência" com as empresas envolvidas, de forma a evitar a grande tragédia que se anuncia, fruto de desmandos, que devem ser atribuídos, indiscutivelmente a Dilma Rousseff e Lula.
Aos brasileiros que estão nas ruas, lutando por justiça, cabe a difícil tarefa de aceitar, mesmo com "sangue nos olhos" uma provável condescendência da CGU e da justiça com o "bando de empresários" que juntos a quadrilha petista sangraram a Petrobras, e exigir a punição dos verdadeiros culpados por esta situação lamentável: Dilma Rousseff e Lula, os verdadeiros chefes da vergonha internacional que se transformou o mar de lamas chamado PETROLÃO.
Abaixo a relação das empresas envolvidas, segundo investigações da Operação Lava Jato, no assalto patrocinado pelos governos corruptos de Dilma Rousseff e seu antecessor Lula.
Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Mendes Júnior, MPE Montagens e Projetos, Promon, Setal Óleo e Gás, Techint Engenharia e Construção, UTC Engenharia, Construtora OAS, Engevix Engenharia, Galvão Engenharia, GDK, Iesa Óleo e Gás, Queiroz Galvão Óleo e Gás, Skanska Brasil, Alusa Engenharia, Carioca Engenharia, Construcap CCPS Engenharia, Fidens Engenharia, Jaraguá Engenharia e Instalações Industriais, Schahin Engenharia, Tomé Engenharia

sexta-feira, março 20, 2015

E no país da piada pronta

Por Nélio Roças


Uma lei municipal obriga escolas públicas e privadas de Florianópolis a disponibilizar bíblias para os alunos que desejarem, e somente para os que desejarem, ocupar o tempo ocioso.
Para o coordenador de comissões da OAB-RJ, Fabio Nogueira, a lei é inconstitucional e OFENDE o estado laico, FERINDO a separação entre religião e estado.
Para o presidente do Sindicato das Escolas do Estado de Santa Catarina, Marcelo Sousa a lei é “incumprível” e ILEGAL...
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Aos fatos e concluindo:

Constitucional e legal é o livro adotado pelo MEC e direcionado a crianças de 8 a 10 anos, com o título “Aparelho Sexual & Cia", "um guia inusitado para crianças descoladas”, escrito pela autora francesa Hélène Bruller e editado no Brasil desde 2007 pela Companhia das Letras, onde as crianças são estimuladas a colocar o dedo num buraco feito no livro onde se pode simular um pênis ou a introdução dele numa vagina, incitando os mesmos a partir de 9 e 10 anos a fazerem sexo. O livro é sugerido pelo MEC a diretores e professores da rede pública e privada de ensino.
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Bonito mesmo é o kit gay, concebido na gestão do ministro Fernando Haddad frente ao MEC.
Agora, FEIO E VERGONHOSO mesmo, é um representante de classe, a OAB, se postar dessa forma diante do estimulo à crianças em conhecer pelo menos um pouco do maior best-seller da literatura mundial, que além de servir para pesquisa e autoajuda, pode ajudar a formatar um pouco da moral e dos costumes de uma sociedade já tão apodrecida e contaminada por elementos como os antagônicos a iniciativa.
É o Brasil que prefere continuar sofrendo!

quinta-feira, março 12, 2015

Os números não mentem

Por Nelio Roças

Em 1990, quando assumiu a Presidência da República, Fernando Collor tinha 71% de aprovação popular. Em Junho de 1990 três meses depois de congelar a poupança dos brasileiros esse índice caiu para 36%. Em Setembro de 1992 quando sofreu impeachment, Collor tinha apenas assustadores 9% de popularidade, e somente por isso sua queda foi inevitável.

Naquele momento Collor percebeu que de nada adiantaria tentar qualquer tipo de manobra no sentido de reverter o inevitável. E caiu, caiu implacavelmente porque tinha 91% dos brasileiros pedindo sua cabeça. E mais, caiu porque tinha contra si um congresso desgastado e amedrontado diante da ofensiva popular que insistia em emparedar os que ousassem levantar a voz em sua defesa.

Mas vamos avançar um pouco, vamos 23 anos à frente, cheguemos aos dias de hoje, Março de 2015. Dilma não consegue mais negociar com o congresso, Dilma conseguiu mais um recorde, Dilma tem TEMEROSOS 7% de aprovação. Significa dizer que Dilma tem nada mais nada menos que 2% de desvantagem em relação ao homem que em 1992 caiu após uma convulsão popular. E mais grave, além dos 93% de reprovação, Dilma ainda não conheceu de verdade o que é uma multidão nas ruas, dias a fio pedindo sua cabeça.

E acreditem, faltam apenas 3 dias para este fantasma assombrar de vez o governo que só precisa de um susto para abrir caminho para a única saida de um país que não suporta mais os desmandos e irresponsabilidades protagonizados nos anos em que o PT se apossou da dignidade e do bolso de seu povo.

Resta a Dilma Rousseff a escolha dos derrotados:
OU SAI, OU SERÁ SAIDA.
Façam suas apostas, foi dada a largada, os números não mentem. 

quarta-feira, março 11, 2015

Uma visão Germânica sobre o Islã

Por Emanuel Tanya, psiquiatra


Um homem, cuja família era da aristocracia alemã antes da II Guerra Mundial, era dono de um grande número de indústrias e propriedades. Quando questionado sobre quantos alemães eram nazistas verdadeiros, a resposta que ele deu pode orientar a nossa atitude em relação ao fanatismo.
"Muito poucas pessoas eram nazistas verdadeiros ", disse ele, "mas muitos apreciavam o retorno do orgulho alemão, e muitos mais estavam ocupados demais para se importar. Eu era um daqueles que só pensava que os nazistas eram um bando de tolos. Assim, a maioria apenas sentou-se e deixou tudo acontecer. Então, antes que soubéssemos, pertencíamos a eles, nós tínhamos perdido o controle, e o fim do mundo havia chegado. Minha família perdeu tudo. Eu terminei em um campo de concentração e os aliados destruíram minhas fábricas".
Somos repetidamente informados por "especialistas" e "cabeças falantes" que o Islã é a religião de paz e que a grande maioria dos muçulmanos só quer viver em paz. Embora esta afirmação não qualificada possa ser verdadeira, ela é totalmente irrelevante. É sem sentido, tem a intenção de nos fazer sentir melhor, e destina-se a diminuir de alguma forma, o espectro de fanáticos furiosos em todo o mundo em nome do Islã.
O fato é que os fanáticos governam o Islã neste momento da história. São os fanáticos que marcham. São os fanáticos que travam qualquer uma das 50 guerras de tiro em todo o mundo. São os fanáticos que sistematicamente abatem grupos cristãos ou tribais por toda a África e estão tomando gradualmente todo o continente em uma onda islâmica. São os fanáticos que bombardeiam, degolam, assassinam, ou matam em nome da honra. São os fanáticos que assumem mesquita após mesquita. São os fanáticos que zelosamente espalham o apedrejamento e enforcamento de vítimas de estupro e homossexuais. São os fanáticos que ensinam seus filhos a matarem e a se tornarem homens-bomba.
O fato duro e quantificável é que a maioria pacífica, a "maioria silenciosa", é e está intimidada e alheia. A Rússia comunista foi composta por russos que só queriam viver em paz, mas os comunistas russos foram responsáveis pelo assassinato de cerca de 20 milhões de pessoas. A maioria pacífica era irrelevante. A enorme população da China também foi pacífica, mas comunistas chineses conseguiram matar estonteantes 70 milhões de pessoas.
O indivíduo médio japonês antes da II Guerra Mundial não era um belicista sadista... No entanto, o Japão assassinou e chacinou em seu caminho por todo o Sudeste Asiático em uma orgia de morte, que incluiu o assassinato sistemático de 12 milhões de civis chineses, mortos pela espada, pá, e baioneta. E quem pode esquecer Ruanda, que desabou em carnificina. Não poderia ser dito que a maioria dos ruandeses eram "amante da paz"?
As lições da História são muitas vezes incrivelmente simples e contundentes, ainda que para todos os nossos poderes da razão, muitas vezes falte o mais básico e simples dos pontos: os muçulmanos pacíficos se tornaram irrelevantes pelo seu silêncio. Muçulmanos amantes da paz se tornarão nossos inimigos se não falarem, porque como o meu amigo da Alemanha, vão despertar um dia e descobrir que são propriedade dos fanáticos, e que o final de seu mundo terá começado.
Amantes da paz alemães, japoneses, chineses, russos, ruandeses, sérvios, afegãos, iraquianos, palestinos, somalis, nigerianos, argelinos, e muitos outros morreram porque a maioria pacífica não falou até que fosse tarde demais.
Agora, orações islâmicas foram introduzidas em Toronto e outras escolas públicas em Ontário, e, sim, em Ottawa também, enquanto a oração do Senhor foi removida (devido a ser tão ofensiva?). A maneira islâmica pode ser pacífica no momento em nosso país, até os fanáticos se mudarem para cá.
Na Austrália, e de fato, em muitos países ao redor do mundo, muitos dos alimentos mais comumente consumidos têm o emblema halal sobre eles. Basta olhar para a parte de trás de algumas das barras de chocolate mais populares, e em outros alimentos em seu supermercado local. Alimentos em aeronaves tem o emblema halal, apenas para apaziguar uma minoria privilegiada, que agora está se expandindo rapidamente dentro das margens da nação.
No Reino Unido, as comunidades muçulmanas se recusam a integrar-se e agora há dezenas de zonas "no-go" dentro de grandes cidades de todo o país em que a força policial não ousa se intrometer. A Lei Sharia prevalece lá, porque a comunidade muçulmana naquelas áreas se recusa a reconhecer a lei britânica.
Quanto a nós que assistimos a tudo se desdobrar, devemos prestar atenção para o único grupo que conta - os fanáticos que ameaçam o nosso modo de vida.
Vamos esperar que milhares de pessoas, em todo o mundo, leiam e pensem sobre isso e e também repassem esta mensagem – antes que seja tarde demais.
E ESTAMOS em SILENCIO.

terça-feira, março 10, 2015

Ainda é tempo

Por Nelio Roças

Apesar da enxurrada de vaias e impropérios, Dilma Rousseff ainda acha que "a crise não é grave".

Será preciso algo mais contundente para a "Mãe da Pátria Educadora" perceber que o país esta em descontrole, e que somente com uma atitude mais responsável de sua parte, a normalidade pode ser reconstituida?

Será preciso desenhar para Dilma que sua presença frente a Presidência da República só trará mais crises e conduzira cada vez mais o Brasil para uma situação de ingovernabilidade?

Não creio que negociações sejam bem sucedidas e demovam Dilma da clara intenção de destruir o país.

Talvez por perceber que não há mais como restabelecer tecnicamente o que foi destruido em treze anos de desmandos, irresponsabilidades, delinquencias, assaltos, e toda a sorte de crimes cometidos pela quadrilha, que comanda por delegação do MAIOR MARGINAL que esse país já "produziu", Lula, Dilma insista em não aceitar que esta sem saída.

Renúncia é a única saída para Dilma, não há mais o que negociar, não será o tempo que reverterá a baixa popularidade do governo que caminha a passos largos para conduzir todo o país para o atoleiro.

Acabou, chegou a hora Dilma! Vai logo.
Se insistir...
Vai ser dolorosa a queda!

segunda-feira, março 09, 2015

A extrema esquerda racista e fóbica

Por Andréa Richa

Hoje, percorrendo a minha time line,  me deparo com a frase pinçada por uma "faceamiga", revoltada com a falta de educação dessa elite transviada que se manifestou indignada, batendo panelas e xingando aos quatro ventos durante o pronunciamento da presidente Dilma no Dia Internacional da Mulher. "Panelaço e xingamentos: é esta gente sem educação que quer assumir o poder?"
Perguntava ela, atônita com a surpresa dos acontecimentos e seguia "Engrosso os adjetivos..., gente esquizofrênica e odiosa."
Ela estava se referindo ao artigo de Laura Capriglione, para o Yahoo. Laura alega que Dilma Rousseff foi alvo do protesto ululante de desrespeito, má educação, machismo e covardia, um ultraje baixo e feroz contra uma mulher , e se expressa arrasada com o fato dos xingamentos não terem sido dirigidos também aos presidentes da Câmara e Senado, respectivamente Eduardo Cunha e Renam Calheiros porque eles eram homens. Na cabeça preconceituosa de Laura, a mulher é gênero igualitários só para regalias. Na hora de xingamentos, "valha-me Deus... é apenas uma mulher".
O que seria Dilma ,além de uma mulher quando, guerrilheira, planejava explosões que dilaceravam pernas e matava jovens, enterrando seus sonhos de um futuro promissor e cheio de realizações?
Somente um coração assassino?
Parece que, para os militantes PTrocinados de plantão, na guerra política vale tudo, menos xingar.
Mas a cereja do bolo veio mesmo, quando em outro comentário magoadíssimo, a minha amiga reproduziu uma frase do Xico Sá, o escritor esquerda caviar, que se referiu à relação patrão doméstico e empregada, como uma alusão a capitães de engenho e escravos, veja só : " Se bateu lata e panela pela mudança política no domingo, trate bem a senzala na segunda.".
É essa extrema esquerda racista e fóbica, ainda presa ao século XVIII, que chama um trabalhador doméstico de escravo e um ministro do STF de Capitão do mato, quando esses se recusam a se vitimar em classismos e sexismos ou outro ismo qualquer. É uma gente que não quer que a mulher, o pobre e o negro ou a sociedade enfim levante a cabeça e se expresse livremente de acordo com a sua consciência.
Então me espanta que Xico, homem feio e nordestino como ele mesmo gosta de dizer, desconheça o que é preconceito, compactue com isso e dissemine racismo.
A aversão à classes é um comportamento fóbico e está ligado à angústia, que é um sinal de alerta para o aparelho psíquico. A legislação brasileira determina punição a qualquer indivíduo que praticar atos discriminatórios com esse tipo de desmoralização, fruto de preconceito cultural e etmocentrismo.
Quando Laura e Xico, se referem à parte da sociedade que reagiu à presidente, buscando inferiorizar um povo, uma tradição, uma cultura, uma pessoa, uma classe, com termos discriminatórios ou pejorativos como "rica", "boçal", "elitista", "fascista", "odiosa" e “senzala”, isso é ofensa muito séria e deve ser denunciada.

Tudo bloqueado

Por Fernando Gabeira

(Jornal O Globo - Domingo - 08/03/2015)

Quaquá vai dar porrada em burgueses.
Onde vai encontrá-los? Quem é classe média?

Um amigo no exterior me perguntou se no Brasil estava tudo dominado. Referia-se ao habeas corpus dado por Teori Zavascki a Renato Duque, indicado do PT na Petrobras. Dominado não sei, respondi. Mas, naquele momento, estava tudo bloqueado: as estradas, pelos caminhoneiros, as contas bancárias, pela Justiça. Tantos bloqueios que a conta do ex-governador petista de Brasília, Agnelo Queiroz, foram bloqueadas duas vezes na mesma semana. Há bloqueio na relação Dilma- Congresso, e bloquearam o juiz que bloqueou os bens de Eike Batista.

O bloqueio se estendeu às cabeças: Washington Quaquá, um dirigente do PT fluminense, afirmou que daria porradas nos burgueses. Lula disse que chamaria o exército dos sem-terra para as ruas.
Às vezes temo que minha visão também fique bloqueada. Mas encaro esse movimento como a busca do golpe perfeito. O governo do PT arruinou a Petrobras, quer que os empreiteiros fiquem presos e que os sem-terra levem e deem porrada para defendê-lo. Em ruas indignadas com a corrupção, será difícil evitar os conflitos.

Bloqueados os caminhos para entender o assalto à casa do procurador Janot nas vésperas de apresentar a denúncia. Ele se limitou a dizer que os assaltantes estiveram por oito minutos em sua casa. Nada levaram de valor, apenas o controle remoto do portão. Se um grupo entra na casa de um procurador e não rouba nada, está apenas querendo dizer que entra quando quiser. E se leva o controle remoto do portão é apenas para mostrar como é inútil, pois conseguiram entrar sem ele. Ou será que seriam tolos o suficiente para acreditar que o controle remoto continuaria a abrir o portão depois do assalto?
O bloqueio mental se estende a Dilma. Ela despachou o embaixador da Indonésia pela porta lateral, como se fosse o entregador de pizza. O homem estava vestido com roupas típicas de seu país e compareceu na data marcada para apresentar credenciais.
Ninguém do Itamaraty percebeu essa grosseria. Ninguém no Congresso foi à embaixada da Indonésia pedir desculpas. Apagão diplomático. A política foi conduzida, nesse caso, por reflexos de uma dona de casa estressada. E ainda temos um brasileiro no pelotão da morte na Indonésia, compras de avião da Embraer que podem ser suspensas.
O bloqueio maior é na convivência política. A filósofa Marilena Chaui disse uma vez que odiava a classe média. Quaquá vai dar porrada em burgueses. Onde vai encontrá-los? Nos restaurantes de luxo nas ilhas do litoral de Angra? Quem é classe média? Vão atacar as lojas de conveniência nas noites de sábado, as academias de pilates?
Tudo muito confuso. CGU e TCU, provavelmente mais alguma coisa terminada em u, preparam um acordo de leniência. Os empreiteiros pagam multa e voltam a realizar obras públicas.
Enquanto isso, o BNDES estuda um empréstimo de R$ 31 bilhões para as empreiteiras. Com essa grana, pagam a multa e ainda podem mandar um pouco para os partidos do governo. E essa grana vai para os marqueteiros, que inventarão outros heróis do povo brasileiro, corações valentes e outras babaquices eleitorais. É assim que a banda vai tocar? Desta vez não só há um grande volume de informações como também a reação externa.
Romper com a opinião pública interna e com financiadores internacionais não é uma boa tática. Sobretudo no momento em que vivemos uma crise em que a falência do modelo aparece a cada novo indicador econômico.
Avançamos, desde o fim da ditadura. Houve confrontos, como o dos petistas com Mário Covas, operações extremas, como a dos aloprados em 2006. Em vez de se abrir para reparar os graves erros na economia e na política, Lula convoca um exército, como se acabassem os argumentos e o confronto fosse a única saída para o impasse que o próprio PT criou.

Transformar adversários políticos em inimigos significa uma regressão. Nosso processo democrático já havia superado esse estágio. O insulto a pessoas em busca de ajuda médica, como foi o caso da mulher de Mantega, é injustificável. Mas partiu de pessoas sem responsabilidades com o processo político. Assumir um tom de guerra à frente de um partido, como fizeram Lula e Quaquá, parece-me um ato de desespero. É uma ilusão intimidar para se defender.

Domingo que vem é 15 de março. Manifestações de protesto estão marcadas. O PT marcou a sua para defender o governo e a Petrobras que ele mesmo arruinou. Mas vai fazê-lo dois dias antes. Melhor assim. Vamos deixar que tudo aconteça, sem ameaças, sem porradas. Que o país se expresse em paz e que seja honrado o legado coletivo desses anos de democratização.

Falaram tanto na campanha eleitoral: filmes, lendas, imagens de um Brasil paradisíaco que fabricaram. Agora é hora de ouvir um pouco o que pensam as pessoas. Guardem exército e porradas para o videogame. Desbloqueiem o caminho do país real.


sexta-feira, março 06, 2015

Legislando em causa própria

Por Nélio Roças
 
Um projeto de lei destinado ao fim das revistas íntimas na entrada dos presídios do estado seria votado na quinta-feira na Assembleia Legislativa, mas recebeu sete emendas e deverá voltar à pauta na próxima terça-feira.

O autor do projeto não poderia ser outro, senão o Deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), conhecido defensor de delinquentes e financiador de Sininho, aquela desajustada que após ter sua prisão decretada por envolvimento na morte do cinegrafista Santiago, escafedeu-se, provavelmente com a cobertura do "não tão nobre deputado".

Se hoje, com toda revista, os bandidos encarcerados já recebem telefones, armas de fogo, facas e outros regalos trazidos por seus visitantes, a possibilidade de que tenham a seu dispor instrumentos suficientes para dominarem definitivamente os presídios aumenta.

A seu lado na empreitada, o Deputado Zaqueu Teixeira (PT-RJ) e o presidente da casa Jorge Jorge Picciani (PMDB-RJ).


Lutando solitário contra esse "aborto legal", somente o Deputado Flávio Bolsonaro (PP-RJ), que em seu último pronunciamento foi curto e direto:
“Se o texto original for aprovado, os bandidos agradecem’’

E nós continuamos aqui, fora do cárcere, mas vivendo atrás das grades...

quinta-feira, março 05, 2015

Homicídio não tem sexo

Por Mary Zaidan

(Transcrito do Blog do Noblat, O Globo)




                                    
Ainda pendente da sanção de Dilma Rousseff, que, possivelmente a fará com pompa e circunstância para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a lei que torna hediondo o feminicídio foi aprovada. Isso quer dizer: penas mais duras para quem matar mulher pelo fato de ela ser mulher.
Mais do que uma bobagem populista para agradar ao público feminino perto do dia 8 de março, a proposta é discriminatória, ilegal e, claro, inconstitucional.
Matar é matar. Homem, mulher, gay, bi, transexual. É hediondo por natureza.
Não se pode fazer diferença entre matar um ou outro por gênero. É uma violação grosseira ao Artigo 5º da Constituição, aquele que assegura que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, e todos os seus incisos. Uma afronta tão absurda que deveria – essa sim - ser considerada hedionda.
Além de ferir a Constituição, a lei para fazer bonito para as mulheres atenta contra a lógica. Até leigos sabem que punições maiores não inibem o crime, muito menos os homicídios. Há vários estudos que comprovam isso, incluindo os sobre a pena capital, que corroboraram para a redução desse tipo de punição nos Estados Unidos e para que vários países do mundo, a exemplo da Inglaterra e França, extirpassem a pena de morte de suas leis.
Pior: em um país em que os homicídios crescem assustadoramente, a lei do feminicídio é, para dizer o mínimo, tergiversar sobre a violência.
Os números são de arrepiar.
O Brasil responde por 13 em cada 100 assassinatos no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país é campeão em números absolutos de homicídios. Nada menos de 64 mil em 2012, superando a populosíssima Índia, segunda colocada, com 52 mil.
Ainda que as mulheres sejam vítimas – e a lei Maria da Penha é importante para estimular a denúncia sobre a violência contra a mulher –, são os jovens do sexo masculino que engrossam as estatísticas dos homicídios: 74 por 100 mil quando se fala de garotos de 21 anos. Um escândalo.
Ninguém pensou em qualificar esses assassinatos como hediondos ou tipificá-los na categoria de jovencídio.
O problema é que aqui se esbarra em temas mais profundos que tanto o Senado quanto a Câmara insistem em adiar: a maioridade penal e o poder de polícia. Nunca se matou tanto jovem, mas também nunca tanto jovem matou tanta gente.  Nunca se prendeu tanto e nunca tão pouco bandido continuou preso.
Ao contrário da quase unanimidade do feminicídio, que em nada mudará o aterrador quadro de violência do país, são temas complexos, populares por um lado, impopulares por outro. Ficam, então, para as calendas.
Sem coragem para pelo menos tentar soluções para reduzir o número indecente de assassinatos, o Brasil cria seus monstrengos. A partir da sanção da lei, mulheres que matam homens terão penas menores do que os homens que matam mulheres.
Enquanto isso, homicídios de todos os gêneros se multiplicam em ritmo endêmico.

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Os saqueadores da lógica

Por Fernando Gabeira
(Estadão 27/02/2015)

Se o PT pusesse fogo em Brasília e alguém protestasse, a resposta viria rápida: onde você estava quando Nero incendiou Roma? Por que não protestou? Hipocrisia.

Com toda a paciência do mundo, você escreve que ainda não era nascido, e pode até defender uma ou outra tese sobre a importância histórica de Roma, manifestar simpatia pelos cristãos tornados bodes expiatórios. Mas é inútil.

Você está fazendo, exatamente, o que o governo espera. Ele joga migalhas de nonsense no ar para que todos se distraiam tentando catá-las e integrá-las num campo inteligível.

Vi muitas pessoas rindo da frase de Dilma que definiu a causa do escândalo da Petrobrás: a omissão do PSDB nos anos 1990. Nem o riso nem a indignação parecem ter a mínima importância para o governo.

Depois de trucidar os valores do movimento democrático que os elegeu, os detentores do poder avançaram sobre a língua e arrematam mandando a lógica elementar para o espaço. A tática se estende para o próprio campo de apoio. Protestar contra o dinheiro de Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, no carnaval carioca é hipocrisia: afinal, as escolas de samba sempre foram financiadas pela contravenção.

O intelectual da Guiné Juan Tomás Ávila Laurel escreveu uma carta aos cariocas dizendo que Obiang gastou no ensino médio e superior de seu país, em dez anos, menos o que investiu na apologia da Beija-Flor. E conclui alertando os cariocas para a demência que foi o desfile do carnaval de 2015.

O próprio Ávila afirma que não há números confiáveis na execução do orçamento da Guiné Equatorial. Obiang não deixa espaço para esse tipo de comparação. Tanto ele como Dilma, cada qual na sua esfera, constroem uma versão blindada às análises, comparações numéricas e ao próprio bom senso.

O mundo é um espaço de alegorias, truques e efeitos especiais. Nicolás Maduro e Cristina Kirchner também constroem um universo próprio, impermeável. Se for questionado sobre uma determinada estratégia, Maduro poderá dizer: um passarinho me contou. Cristina se afoga em 140 batidas do Twitter: um dia fala uma coisa, outro dia se desmente.

Numa intensidade menor do que na Guiné Equatorial, em nossa América as cabeças estão caindo. Um promotor morre, misteriosamente em Buenos Aires, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, só e indefeso, é arrastado por um pelotão da polícia política bolivariana.

Claro, é preciso denunciar, protestar, como fazem agora os argentinos e os venezuelanos. Mas a tarefa de escrever artigos, de argumentar racionalmente, parece-me, no Brasil de hoje, tão antiga como o ensino do latim ou o canto orfeônico.

Alguma evidência, no entanto, pode e deve sair da narrativa dos próprios bandoleiros. Quase tudo o que sabemos, apesar do excelente trabalho da Polícia Federal, veio das delações premiadas.

Alguns dos autores da trama estão dentro da cadeia. Não escrevem artigos, apenas mandam bilhetes indicando que podem falar o que sabem.

Ao mesmo tempo que rompe com a lógica elementar, o governo prepara sua defesa, organiza suas linhas e busca no fundo do colete um novo juiz do Supremo para aliviar sua carga punitiva. O relator Teori Zavascki, na prática, foi bastante compreensivo, liberando Renato Duque, o único que tinha vínculo direto com o PT.

Todas essas manobras e contramanobras ficarão marcadas na história moderna do Brasil. Essa talvez seja a razão principal para continuar escrevendo.

Dilmas, Obiangs, Maduros e Kirchners podem delirar no seu mundo fantástico. Mas vai chegar para eles o dia do vamos ver, do acabou a brincadeira, a Quarta-Feira de Cinzas do delírio autoritário.

Nesse dia as pessoas, creio, terão alguma complacência conosco que passamos todo esse tempo dizendo que dois e dois são quatro. Constrangidos com a obviedade do nosso discurso, seguimos o nosso caminho lembrando que a opressão da Guiné Equatorial é a história escondida no Sambódromo, que o esquema de corrupção na Petrobrás se tornou sistemático e vertical no governo petista.

Dilma voltou mais magra e diz que seu segredo foi fechar a boca. Talvez fosse melhor levar a tática para o campo político. Melhor do que dizer bobagens, cometer atos falhos.

O último foi confessar que nunca deixou de esconder seus projetos para ampliar o Imposto de Renda. Na Dinamarca (COP 15), foi um pouco mais longe, afirmando que o meio ambiente é um grande obstáculo ao desenvolvimento.

O País oficial parece enlouquecer calmamente. É um pouco redundante lembrar todas as roubalheiras do governo. Além de terem roubado também o espaço usual de argumentação, você tem de criticar politicamente alguém que não é político, lembrar o papel de estadista a uma simples marionete de um partido e de um esquema de marketing.

O governo decidiu fugir para a frente. Olho em torno e vejo muitas pessoas que o apoiam assim mesmo. Chegam a admitir a roubalheira, mas preferem um governo de esquerda. A direita, argumentam, é roubalheira, mas com retrocesso social. Alguns dos que pensam assim são intelectuais. Nem vou discutir a tese, apenas registrar sua grande dose de conformismo e resignação.

Essa resignação vai tornando o País estranho e inquietante, muito diferente dos sonhos de redemocratização. O rei do carnaval carioca é um ditador da Guiné e temos de achar natural porque os bicheiros financiam algumas escolas de samba.

A tática de definir como hipocrisia uma expectativa sincera sobre as possibilidades do Brasil é uma forma de queimar esperanças. Algo como uma introjeção do preconceito colonial que nos condena a um papel secundário.

Não compartilho a euforia de Darcy Ribeiro com uma exuberante civilização tropical. Entre ela e o atual colapso dos valores que o PT nos propõe, certamente, existe um caminho a percorrer.

JORNALISTA

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Abaixo a monotonia

Por Juliana Abrahāo Bernardon Arosi

Sou uma pessoa que abomina tradições por tradições. 
Mas nessa passagem de 2014 para 2015 resolvi fazer uma resolução de início de ano, qual seja, livrar-me de gente sem graça, invejosa, traiçoeira, recalcada, fraca, negativa, molenga; de amizades por conveniência ou mero interesse, de gente ‘ocupada’ demais para se dedicar a quem diz ser tão importante e que simplesmente não merece saber sobre mim (nem minhas vitórias, nem minhas derrotas). Alguns mandei à merda diretamente mesmo. Outros simplesmente passei a ignorar. 

Pois bem, foi muito sábio e saudável eu diria, uma vez que quase de pronto esses pesos-mortos deram espaço à gente super interessante e coisas maravilhosas passaram a se suceder. E foi nesse cenário de renovação pessoal que me deparei com os textos da Silvia Pilz.

Os textos da Silvia não são para qualquer pessoa. Não recomendo para criaturas chatas, de mente mofada, presas à mesmice, ao politicamente correto e às breguices do povo. Tão pouco para quem não tem humor, não consegue rir de si mesmo, analfabeto funcional, e que morre de medo de questionar sua vida mediana e dar-se conta de que está, na verdade, mais desperdiçando sua existência (e daqueles ao seu entorno) do que aproveitando e contribuindo com algo realmente relevante. As inteligentes produções desta jornalista não são para covardes, mas para quem deseja ampliar seus horizontes e deixar o cotidiano mais interessante. 

A maioria, como eu já disse por aí, não lê mais do que os famigerados 140 caracteres, entende tudo pela metade, mas opina com a veemência de um leitor voraz e julga com um rigor que daria inveja à Inquisição. Patético. 

Em termos de comportamento e condições humanas, acredito que absolutamente tudo possa e deva ser questionado. Sem exceção. Nada deve estar a salvo, porque somente assim se evolui o pensamento. 

Silvia, obrigada por contribuir para um mundo menos monótono. Obrigada por ser uma voz corajosa que expressa o que tantos e tantas gostariam de dizer, porém, por inúmeras razões, sufocam e negam tais anseios até a morte. Obrigada por seu retorno triunfal.

sábado, fevereiro 21, 2015

Perda total

Por Nelio Roça

Depois de refugiada em um silêncio vergonhoso por três meses, Dilma Rousseff reapareceu e ficou absolutamente nitido que além dos treze quilos, a LADRA CHEFE DA PETROBRAS perdeu também a vergonha na cara, a noção do ridículo, o compromisso com a verdade e a decência, ao atribuir a Fernando Henrique Cardoso todas as delinquencias cometidas por seus cumplices quando do assalto a Petrobras.
Nada mais resta a não ser a defenestracão da JUMENTA, direto da janela do planalto!

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Resposta à Dilma Rousseff

Por Fernando Henrique Cardoso

"Segue abaixo, resposta às declarações da Presidente Dilma, feitas esta manhã, lançando indevidamente sobre mim responsabilidades pelo escândalo da Petrobras.

Até agora, salvo lamentar o caráter de tsunami que a corrupção tomou no caso do "Petrolão", não adiantei opiniões sobre culpados ou responsáveis, à espera do resultado das investigações e do pronunciamento da Justiça. Uma vez que a própria Presidente entrou na campanha de propaganda defensiva, aceitando a tática infamante da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vitima, rouba e sai gritando “pega ladrão”!”, sou forçado a reagir.

1. O delator a quem a Presidente se referiu foi explícito em suas declarações à Justiça. Disse que a propina recebida antes de 2004 foi obtida em acordo direto entre ele e seu corruptor; somente a partir do governo Lula a corrupção, diz ele, se tornou sistemática. Como alguém sério pode responsabilizar meu governo pela conduta imprópria individual de um funcionário se nenhuma denúncia foi feita na época?

2. do mesmo modo, a delação do empreiteiro da Setal Engenharia reafirma que o cartel só se efetivou a partir do governo Lula.

3. no caso do "Petrolão" não se trata de desvios de conduta individuais de funcionários da Petrobras, nem são eles, empregados, em sua maioria, os responsáveis. Trata-se de um processo sistemático que envolve os governos da Presidente Dilma (que ademais foi presidente do Conselho de Administração da empresa e Ministra de Minas e Energia) e do ex- presidente Lula. Foram eles ou seus representantes na Petrobras que nomearam os diretores da empresa ora acusados de, em conluio com empreiteiras e, no caso do PT, com o tesoureiro do partido, de desviar recursos em benefício próprio ou para cofres partidários.

4. diante disso, a Excelentíssima Presidente da Republica deveria ter mais cuidado. Em vez de tentar encobrir suas responsabilidades, jogando-as sobre mim, que nada tenho a ver com o caso, ela deveria fazer um exame de consciência. Poderia começar reconhecendo que foi no mínimo descuidada ao aprovar a compra da refinaria de Pasadena e aguardar com maior serenidade que se apurem as acusações que pesam sobre o seu governo e de seu antecessor.”

A Guiné Equatorial é aqui!

Por Nelio Roças

Segundo estatuto do IBGE, a extrema pobreza é caracterizada pela renda familiar de até R$ 70,00 por pessoa.

levando em consideração os dados e estatutos do IBGE, vou listar dez, somente dez, cidades do Brasil em que o povo vive na extrema pobreza, passa fome e é tratado da forma mais cruel pelo governo democrático eleito pelos brasileiros:

Centro do Guilherme (Maranhão),
Jordão (Acre),
Belágua (Maranhão),
Pauini (Amazonas),
St. Amaro do Maranhão (Maranhão),
Guaribas (Piauí),
Novo Santo Antônio (Piauí),
Matões do Norte (Maranhão),
Manari (Pernanbuco),
Milton Brandão (Piauí).

Portanto, embora contra a maioria das "opiniões", reafirmo que vivemos ditadura pior que a imposta ao povo da Guiné, e mais, podemos nos orgulhar de ter pelo menos dez cidades onde o povo vive em condições mais precarias que o povo do país africano.
Cuidemos de nossas mazelas, e depois então de acabarmos com a covardia imposta e mantida pela quadrilha que tomou de assalto o Brasil, sob o comando de Lula e com a conivência de 51 milhões de imbecis, ai então, passemos a "olhar o telhado dos outros"

quarta-feira, janeiro 28, 2015

Desconstrução do Discurso

Por Mara Kramer
O cenário político vivido pelos brasileiros nos últimos 12 anos (2002-2014) foi marcado pelo silêncio da oposição e hegemonia da situação. É verdade que em ambos os lados houve altos e baixos. Na descoberta do Mensalão e nas eleições para presidente de 2010, e, sobretudo de 2014 a oposição teve uma atuação mais intensa, mas durante o restante do período, especialmente no segundo mandado de Lula, o ex-presidente chegou às raias da sacralização por boa parte da população. Em minha opinião, o destaque alcançado por Lula apoia-se, principalmente, em três aspectos: na ausência de escrúpulos do petista, que não tem constrangimento nenhum em mentir, distorcer, inverter a realidades e palavras da oposição o que o torna um péssimo exemplo de político; na inexistência da construção de um discurso político de oposição que chegue a todos os brasileiros; e na construção eficiente do discurso petista (baseado no manual esquerda/populismo) reproduzido por mais de duas décadas.
O discurso petista, que tem como porta-voz–mor o ex-presidente, se apoia basicamente em um único argumento: o descaso da elite e seus governos com os brasileiros pobres. Esta máxima baseada no desgastado e ultrapassado conceito marxista da luta de classes foi, e sempre será (pois eles não têm outra), utilizada para justificar e explicar todas as ações do partido, e do lado contrário, todas as ações e falas da oposição. Tal discurso tornou o partido da situação, para as camadas mais baixas da população e para a dita esquerda, no “salvador da pátria”, simbolizado por seu líder.
 
Logicamente, o discurso petista tem algumas bases legitimas como a origem de Lula e a continuação do programa idealizado e iniciado por Ruth Cardoso, o Bolsa Família, mas todos sabemos que os avanços sociais no país param por aí. Os demais índices caem, os casos de corrupção avolumam, a incompetência dos últimos governos em todos os setores é gritante e traz ao país grandes prejuízos de toda a ordem, porém Dilma parece ter ganhado novamente as eleições (me expresso assim pela desconfiança de fraude). Por que?
 
Durante os últimos anos o discurso petista não teve concorrência, e foi reproduzido em uma intensidade avassaladora. A ideia de que foi Lula/PT o promotor da melhoria de vida dos mais pobres; que os governos anteriores, da elite, nunca fizeram nada pelos mais carentes, o que explica, segundo o PT, o “nascimento” do país no primeiro governo Lula; a ideia que apenas Lula/PT, por ser um partido que não pertence à elite, é capaz de entender e ajudar as classes mais humildes; que a elite jamais fará algo em prol dos mais pobres, argumento que justifica a manutenção do confronto entre classes; que os demais partidos são de ricos, e, portanto, beneficiarão apenas os ricos; ou a ideia que as privatizações realizadas por FHC beneficiaram as grandes empresas (elite) em detrimentos dos mais pobres, entre muitas outras participam de um discurso que além de reduzir à luta de classes uma realidade complexa (o que por outro lado facilita para a grande maioria o entendimento desta mesma realidade), em muitos casos é falso. Entretanto, foi através da repetição deste argumento simples (confronto entre ricos e pobres), e de uma linguagem acessível, pois expressa por um “deles”, que o PT introduziu no inconsciente coletivo da grande massa a ideia de que ele é o único partido que tem legitimidade de gerenciar o país, pois é o único compromissado com a massa carente, e consequentemente, os demais partidos por pertencerem a elite, não apenas estão descompromissados com os mais pobres, como no governo beneficiariam os ricos. Assim, todas as suas ações, meritórias ou não, devem ser entendidas como um meio para alcançar seu objetivo, qual seja, enfrentar as pressões contrárias da elite para a obtenção de benefícios para os mais pobres.
 
Muitos sabemos que as ações do PT desde que chegou ao governo federal têm dito objetivos muito diferentes dos pregados em seu discurso, mas aqui a realidade tem pouca importância, o que vale é o discurso. A ideologia reproduzida e impregnada pelo discurso assume o status de verdade através da legitimidade da história de seu porta-voz, neste caso o nordestino pobre Luiz Inácio da Silva que chega a presidência da república para ajudar os seus iguais. A realidade dos fatos é colocada em segundo, terceiro plano, e nos casos de desinformação, e ideologização (que são muitos), nem isto.
 
É este o discurso que a oposição deve desconstruir, e isto não se faz em quatro ou cinco meses antes das eleições, e nem apontando as incompetências do governo (embora isto seja importante, já vimos que tem outro entendimento para a massa carente), se faz através da construção de um discurso repetido no tempo que volte a legitimar a oposição no poder. A oposição necessita urgentemente encontrar uma forma de dizer para a massa eleitoral do PT que ela é hoje, no Brasil, a única força capaz de melhorar a qualidade de vida de todos, e, sobretudo, dos mais pobres. Este discurso deve ser simples e direto, deve ser dito em linguagens distintas para atingir as diferentes camadas sociais, e repetido intensamente em todas as oportunidades de forma harmônica por todos os oposicionistas. Apenas com um discurso forte, eficiente e conciso iremos alterar o rumo que o PT quer impor a este país. O teor do discurso não vou arriscar, será pensado e analisado por especialistas da área a partir da percepção apurada dos sentimentos políticos que permeiam a mente e o coração do povo brasileiro atualmente.  
 
Para finalizar, quero dizer que reconheço a atuação da oposição decidida, competente e idônea tomada nos últimos meses, e que este artigo tem a finalidade apenas de agregar algo em uma luta já em andamento.

Mara Kramer é colunista convidada do Canal R&R Foco no Fato