terça-feira, abril 01, 2014

Pesadelo anunciado

Por Jairo Moretti
O presidente Aloizio Mercadante (PT) tomou posse hoje (01-01-2031) do seu segundo mandato juntamente com o seu vice Aécio Neves (PSDB).
No seu discurso de posse anunciou a criação de mais 18 ministérios (agora serão 71), entre eles o novo Ministério das Relações Interpartidárias, criado especialmente para tentar resolver o grande problema que é a divisão dos cargos e ministérios do governo entre os partidos da base aliada.
No mesmo discurso explicou que o pedido de concordata da Petrobrás já era esperado, já que o petróleo do Pré Sal, que foi a grande aposta do governo PT ainda na década 2010, mostrou-se inviável. Explicou que a grande oferta de petróleo no mundo é culpa dos grandes investimentos em tecnologia de geração de energia alternativa, feita por outros países, o que deixou o petróleo em segundo plano na geração de energia mundial, baixando o preço internacional do barril a níveis nunca vistos.
Completou o assunto, dizendo que os investimentos em novas tecnologias energéticas foram negligenciadas pelos governos anteriores ao do PT.
Anunciou também o Bolsa Balada, onde mais de 38 milhões de jovens entre 16 e 26 anos, receberão um valor mensal para gastar com boates, motéis, churrascadas e cervejadas ou qualquer outro tipo de diversão que possa deixar essa faixa da população mais descontraída. Porém, no seu discurso não falou em nenhum momento sobre os ataques feitos pelos membros do PCM (Primeiro Comando dos Menores), grupo criminoso que vem aterrorizando todos os estados da federação. Segundo assessores da presidência ouvidos antes da cerimonia da posse, o presidente sabe que o fato do PCM só usar adolescentes infratores dificulta a ação da polícia, pois quase sempre os adolescentes são entregues aos responsáveis depois de passarem na delegacia e voltam a cometer crimes (atos infracionais) logo que possível.
Os mesmos assessores anunciaram em primeira mão o nome da empresa vencedora da licitação para fornecimento exclusivo de carne bovina e derivados para todas as estatais e autarquias do país, será a BOIFRI.
Como já havíamos anunciado semana passada a antiga fornecedora (FRIBOI) vendia carne superfaturada desde o primeiro contrato em 2015, e após a denúncia do Ministério Público ficou impedida de entrar em novas licitações.
Apesar do convite para a posse, o presidente da BOIFRI, José da Silva Laranjeiras, enviou nota avisando da sua ausência, pois estaria em viagem às Ilhas Cayman.
O ponto alto do discurso foi quando o Presidente, com voz firme, dirigindo-se ao povo disse: “Nesse mandato farei as reformas que o Brasil tanto espera! Começarei pela reforma política, que já se encontra no Congresso e não será mais adiada, devendo ser discutida, votada e aprovada ainda este ano”.
Ao mesmo tempo pediu a união de todos os congressistas para fazerem também a tão esperada reforma tributária.
Como já era esperado não falou em nenhum momento sobre o caos na educação e na saúde, posição adotada pelo governo federal (presidente, ministros e secretários) desde o início do seu primeiro mandato: de não falar nas entrevistas “sobre os dois temas”.
No discurso confirmou o que já havia anunciado no pronunciamento de Natal e disse que as novas notas de 500, 1.000 e 5.000 e as moedas de 2 e 5 reais já entrarão em circulação a partir de 1º de abril, também negou que haja qualquer movimento do Ministério da Fazenda ou do Banco Central para aumentar os juros, que continuarão na faixa de 19,75%, e que apesar da inflação estar na casa dos dois dígitos desde 2016 e o crescimento do PIB continuar oscilando entre 0,9 e 2,5% desde 2012, não há motivos para alarde.
Lamentou o fim do MERCOSUL, e disse que o novo Bloco Bolivariano criado para intensificar o comércio entre Brasil, Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba, trará desenvolvimento para todos os países do bloco.
Logo após o discurso alguns repórteres conseguiram se aproximar do presidente, e um jornalista perguntou se o ex-presidente Lula, mesmo em idade avançada, seria uma opção para sua sucessão em 2034. O presidente não quis responder dizendo que era muito cedo para falar em sucessão, mas disse: “Em todos os 4 mandatos (2003/2006, 2007/2010, 2019/2022 e 2023/2026) Lula sempre governou com altos índices de popularidade. Não podemos descartar essa opção sem uma prévia com os companheiros de partido, mas isso fica para o futuro”.
Ainda falando de política, deixou escapar que os 8 Deputados e o único Senador da oposição continuam atacando o Governo com mentiras e acusações insustentáveis.
Alegou que as instituições no Brasil estão consolidadas e qualquer denúncia de membros do partido ou de seus aliados serão investigadas com rigor, pois confia na justiça brasileira. Aproveitou e cumprimentou o Presidente Dias Toffoli, que estava ao seu lado, pelo excelente trabalho à frente do Supremo.
Por fim, o Presidente pediu desculpas, interrompeu as perguntas e deixou os repórteres dizendo uma frase: “2031 será o ano da retomada!” e saiu para os cumprimentos.

Jairo Moretti 52,  trabalha no ramo da fotografia e espera que qualquer possibilidade desse pesadelo virar realidade seja abortada já na eleição de 2014.

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

A Terra do Nunca

Por Cidinha Campos
(Jornal O Dia de 12/02/2014)


Mesmo quando o vandalismo tomou conta das passeatas e se tornou protagonista das mídias, não faltou quem desse apoio aos chamados black blocs.
Grupos de direitos humanos estavam sempre de plantão nas delegacias para livrar arruaceiros da prisão — agora, sabe-se bancado pelo meu, pelo seu, pelo nosso dinheiro. Isso mesmo: somos nós que pagamos os salários de pelo menos três servidores lotados no gabinete do deputado Marcelo Freixo e que atuam diretamente no auxílio aos black blocs em apuros com a lei.
Thiago de Souza Melo, assessor de Freixo, salário de R$ 5.600, é tesoureiro da ONG Instituto Defensores dos Direitos Humanos. Foi essa ONG que, por duas vezes, livrou da prisão Fábio Raposo, coautor do disparo que matou o cinegrafista Santiago Andrade. Outro é Tomas Fernandes Prisco Paraiso Ramos, membro do conselho deliberativo do IDDH, também lotado no gabinete de Freixo na Alerj. E o terceiro é Pedro Daniel Strozenberg, que trabalha nessa dupla função.
O presidente do IDDH, advogado João Tancredo, que não está na folha da Alerj, doou R$ 2.200 para a campanha do deputado do Psol. Vários outros membros da ONG fizeram o mesmo, como Marcelo Murteira de Salles, funcionário de Freixo até 2009.
Na sua página no Facebook, o IDDH convoca ativistas para manifestações oferecendo serviço completo: acompanhamento às delegacias para os que forem detidos e advogados para defendê-los. Para isso, disponiliza on-line os telefones dos advogados de plantão. Uma banca de respeito. Um estímulo à quebradeira. Tipo: “Pode quebrar tudo que a gente garante.” Só que, agora, surgiu o primeiro cadáver. E agora, companheiro?
Era tragédia anunciada. Evidente que, em algum momento, alguém ia morrer. Se fosse a cabeça de um PM estourada, dificilmente haveria a mesma comoção. Mas calhou de ser um jornalista, e desta vez não deu para culpar a polícia. Fosse um estudante a vítima e o algoz, um policial, seria a revolução. Edson Luís do século 21. Mas o destino foi caprichoso, e os radicais deram azar. O morteiro partiu de um dos seus. Por essa o Freixo não esperava.
Coube a uma moça com apelido de fada puxar o fio da meada. Sininho falou demais e revelou portar um pó mágico que fazia brotar advogados de defesa do chão. Assim a farsa foi finalmente revelada. Os advogados, na verdade, brotavam do gabinete de um parlamentar enfant gaté da esquerda e da mídia. Apesar de tantas evidências, o deputado Marcelo Freixo diz que não tem nada a ver com isso. Ele é o Peter Pan. Com Sininho, faz parte do Reino da Terra do Nunca, onde meninos mimados nunca são punidos. São garotos perdidos, sem noção do que significava a palavra limite.

Deputada estadual licenciada e secretária estadual de Defesa do Consumidor