quarta-feira, julho 24, 2013

E se Lula, Henrique Alves e Renan Calheiros topassem confessar ao papa seus pecados mais sórdidos?

Por CELSO ARNALDO ARAÚJO
(Direto ao ponto do BLOG de Augusto Nunes)

O Papa Francisco ouvirá a confissão de três brasileiros no dia 26, sexta-feira, numa feira vocacional a ser realizada na Quinta da Boa Vista.
Ainda não se conhecem os nomes dos penitentes que terão o privilégio desse sacramento diante de Sua Santidade. Mas imagine o amigo se, por hipótese remotíssima, os escolhidos fossem, por exemplo, Lula, Henrique Alves e Renan Calheiros. Pode escolher outra trinca do mesmo quilate.
Milagres têm como finalidade conduzir os seres humanos a Deus de modo extraordinário. Nesse caso, imagine também um modo extraordinário de milagre – esses três seres humanos ordinários decidem falar apenas a verdade, nada mais do que a verdade, no confessionário papal, durante três minutos cada um. E confessando unicamente seus pecados mais sórdidos durante os anos na política, deixando de lado os veniais, já que os três são predominantemente venais.
Depois de ouvir os três pecadores seriais, o Papa Francisco, ainda em estado de choque, talvez perdesse sua fé inabalável nos homens – e se juntasse, na renúncia, a Bento 16. Mais pragmático, talvez se convencesse de que, no Brasil, os sete pecados capitais são, na verdade, os sete pecados da capital. E de que só Deus não sendo brasileiro seria possível que esse trio ascendesse aos píncaros do poder dos homens num país essencialmente católico. Deus então estaria livre para ser argentino — não fossem os Kirchners.
Mas basta de especulações. Inteiramente absurdas ambas as hipóteses: que Lula, Alves e Renan sejam penitentes; e que um dia falem a verdade, mesmo diante de um Papa. Como poderia nos ensinar o próprio Francisco — numa lição mais antológica do que aquela que deu a Dilma nesta segunda-feira, contrapondo seu discurso lindamente franciscano à autolouvação tacanha do cristianismo do governo lulopetista –, para se fazer uma boa confissão são necessárias cinco condições:
1) Um bom e honesto exame de consciência diante de Deus
2) Arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo
3) Firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter
4) Confissão objetiva e clara a um sacerdote
5) Cumprir a penitência que o padre nos indicar.
Cada uma das cinco condições suficiente para fazer esses três, e a imensa maioria de um governo que finge penitência ao Papa tentando pegar carona em sua fenomenal e justa popularidade, passar longe de um confessionário.
A eles restará a Justiça dos homens

Celso Arnaldo Araújo é jornalista e o maior especialista em *DILMÊS
* (Dialeto oficial da presidência da republica, adotado a partir de 2010)

terça-feira, julho 23, 2013

Cai a máscara

Por Newton Carlos de Figueiredo

Depois dos vândalos do Black Bloc, agora está caindo a máscara do tal Coletivo Mídia Ninja, que alega estar fazendo “jornalismo de vanguarda”, ao incentivar a baderna e a violência nas ruas, prejudicando e desvirtuando totalmente um dos movimentos político-sociais mais importantes da História do Brasil.
O Coletivo Mídia Ninja se apresenta como se fosse uma espécie de “jornalismo de vanguarda”, uma iniciativa aparentemente interessante e viável para quebrar o monopólio das chamadas nove famílias que comandam a “grande mídia” no Brasil. Mas na verdade é apenas mais um instrumento político de baixo nível.
O PT, chegando ao poder, traçou uma estratégia para democratizar a mídia. E se passaram 12 anos e nada. O que fez? Fortaleceu a Rede Record, está criando mais duas redes evangélicas (R.R. Soares e Waldomiro Santiago) e inundou de dinheiro uma rede de blogs amigos, que inventaram o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e o transformaram em Partido da Imprensa Governista, defendendo tudo que o governo faz e demonizando a oposição.
São muitos blogs e sites hoje financiados pelo governo, através do Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica etc., e a fila está aumentando, porque muito jornalista também quer entrar nessa boca rica. E o tal Mídia Ninja, quem diria, é financiado pelo PT, via ONG Fora do Eixo.
TUDO SE SABE…
Acontece que a liberdade/liberalidade da internet abriga também outros tipos de sites e blogs, que não são financiados pelo governo e atuam com impressionante liberdade. Agora, ao pesquisar sobre o Coletivo Mídia Ninja, me surpreendo ao encontrar uma “Tribuna da Imprensa”, alternativa, que se diz livre. E foi nesse site que encontrei a verdade sobre os “jornalistas” que agem junto com os vândalos e baderneiros.
O PT precisava de seus próprios mascarados. Não uma massa anônima, incontrolável e com um ideal. E sim bem identificáveis, confiáveis. Aliados e afinados. Talvez também com máscaras mas saídos das entranhas do financiamento público cultural: os “NINJAS”, diz o extenso artigo, acrescentando que o Mídia Ninja é um braço da ONG Fora do Eixo, protegida por José Dirceu.
“Cria do Ministério da Cultura, o Fora do Eixo arrecadou milhões em incentivos fiscais ao longo dos anos. Uma rede política abastecida por recursos públicos, mas empenhada em algo próximo a um “marxismo cultural” do que em prestação de contas. Seria injusto eu não dizer ao menos uma ou duas boas iniciativas criadas por eles. Mas digamos que eu seja injusto. Em seus mais de 10 anos de existência nenhum artista ou grupo musical conseguiu qualquer tipo de projeção ou relevância através dos serviços do Fora do Eixo. Conseguiram sim, que associações de produtores, selos e festivais fossem fechados, dessem prejuízo ou chegassem a bancarrota.”
“Quando o PT decidiu que deveria fazer parte das manifestações, não foi uma medida desesperada. Enxergaram um interesse político e eleitoral. Uma oportunidade. Paulo Henrique Amorim enquanto mais uma vez chamava o site Anonymous de “tucanonymous”, colocou um link ao vivo da Mídia Ninja em seu Conversa Afiada. A distinção estava clara, a dicotomia mais uma vez estabelecida”.
“Vieram as manifestações, o cenário mudou. A Mídia Ninja, gerida pelo Fora do Eixo com simplórios porém eficazes recursos, mostra semanalmente a falta de comando da PM nos já esvaziados protestos contra o governador, contra Deus e contra tudo. E veio a glória: detenção totalmente insólita, por alguns minutos, de seus jornalistas.”
“Com Cabral chegando aos incríveis 20% de aprovação e arrastando junto Pezão para o buraco, Lindbergh e o PT entraram no jogo novamente para a cadeira de governador.”
O pobre Dudu Paes, cujo vice é do PT, e que ainda tem pretenções eleitorais, não foi esquecido pelos seus aliados. O PT logo arranjou com a Mídia Ninja uma exclusiva com o prefeito, garantindo de que tudo saísse bem. Entrevista com muita água e açúcar, Paes se distanciou de Cabral, criticou a polícia, elogiou os manifestantes. Se mostrou um político jovem, antenado com o digital. Paes é Ninja. E o cara-pintada Lindbergh também”.
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Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. Ninguém desconhece que a política é um jogo sujo, mas não se pode admitir grupos políticos apoiando lançamento de coquetéis molotov sobre a polícia, que pouco tem a ver com os governantes, pois exerce uma função de Estado, quem elege os governantes somos nós. A culpa é nossa,  e não da Polícia. Os soldados da PM são brasileiros como nós, não merecem ser queimados vivos, em nome da baderna que favorecerá este ou aquele partido.

Newton Carlos de Figueiredo, jornalista brasileiro de imprensa e televisão, considerado um veterano na sua especialidade de comentarista internacional.

sábado, julho 20, 2013

Mal-entendido fatal


Do Blog de Merval Pereira

O presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz nega que tenha feito um pacto com o comandante da Polícia Militar para que não fosse usado gás lacrimogêneo ou bombas de dispersão nas manifestações, mas admitiu que fez “algumas ponderações”.
O comandante Erir Ribeiro da Costa Filho atribuiu a esse pretenso acordo com a OAB e movimentos de Direitos Humanos, como a Anistia Internacional, a perda de controle da situação na noite de quarta-feira no Rio, quando várias lojas foram saqueadas, equipamentos urbanos depredados e barricadas de fogo colocadas ao longo da Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, durante várias horas por ação de baderneiros, sem que a polícia interviesse.
Segundo Santa Cruz, as ponderações que fez, por conta especialmente do episódio da clínica médica em Laranjeiras invadida no domingo, com doentes terminais passando mal, foi sobre o uso cuidadoso principalmente do gás lacrimogêneo e, “claro, que preferíamos a utilização das armas não letais”. E também sobre “o momento da utilização”.
Santa Cruz diz que ponderou às autoridades que os “black blocs” (bandos de anarquistas que têm a depredação de prédios públicos e bancos como ação política) “saem da manifestação, batem na polícia, recuam e a polícia, ao jogar gás lacrimogêneo, apenas espalha o movimento”.
Para ele, a OAB “sempre teve uma posição muito firme de que qualquer manifestação que desbordasse em violência, fora da legalidade, deveria ser reprimida pela PM”. Santa Cruz disse que teve o cuidado de ser muito claro na relação com a PM “para evitar que a OAB fique naquela posição clássica, como se ela estivesse dando cobertura a qualquer tipo de ilegalidade. Paguei um preço alto em críticas pelo o que aconteceu no Leblon”.
Na terça-feira, diz Santa Cruz, o comandante da Polícia Militar pediu que os advogados ficassem entre os manifestantes e a polícia, “e eu não concordei. Acho um absurdo colocar advogados como escudo”. Houve a determinação, então, para que os advogados acompanhassem de trás as manifestações, relata Santa Cruz.
O presidente da OAB do Rio fez críticas à ação da Polícia Militar: “Depois dessas badernas nós estamos estranhando que não chegam nas delegacias no final da noite nenhum desses Black Blocs, ou chegam pouquíssimos”.
Segundo ele o que tem acontecido é que a PM, “após se omitir, deixar que esses grupos atuem, passa no final da noite recolhendo pessoas, e já recolheu cadeirante, recolheu mendigos. Quando chegam na delegacia, a Polícia Civil, que tem desempenhado um bom papel, não tem condições de fazer a ocorrência dentro da lei”.
Há informações de que a OAB está mandando advogados para as delegacias para soltar os presos, mas Felipe Santa Cruz diz que o que existe é um movimento que nasceu também espontaneamente no Facebook chamado Habeas Corpus, formado por advogados.
Ele explica que parte do trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil tem sido acompanhar tecnicamente nas delegacias os casos de prisão, “e há uma determinação nossa de que toda e qualquer ação ilegal deve ser combatida”.
Santa Cruz diz que a OAB faz o acompanhamento das manifestações desde o seu início, e a preocupação era “garantir a liberdade de manifestação, nunca a defesa desses baderneiros”. Ele ressalta que fazem esse acompanhamento a convite da própria PM, para verificar se as leis estão sendo cumpridas, os direitos humanos respeitados nos procedimentos policiais nas delegacias.
“Mas basicamente atendendo à população que vem sendo presa sem razão nenhuma. Nós proibimos os advogados de trabalharem em nome da Ordem na defesa dos que são acusados formalmente de baderna. Claro que todos têm direito a advogados, mas devem procurar por conta própria”.

De duas, uma: ou o comandante da PM Erir da Costa Filho levou a sério demais as "ponderações" do presidente da OAB do Rio, ou Felipe Santa Cruz transformou em meras "ponderações" o pacto com a polícia militar depois do resultado desastroso de sua mediação.

Merval Pereira é colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News

sexta-feira, julho 19, 2013

Fazendeiros do ar

quinta-feira, julho 18, 2013

Os inocentes do Leblon


 
Esses são os "Inocentes do Leblon".
Estavam na manifestação SIM. Participaram dessa palhaçada SIM. Foram admitidos pelas pessoas que lá estavam SIM. E saíram da manifestação já de mascaras SIM.
E quem estava lá e admitiu a presença deles é conivente com a quebradeira nos bairros do Leblon e de Ipanema.
Não adianta tentar negar, as imagens mostram com clareza a presença do entrevistado no inicio do filme durante a manifestação  na porta do prédio de Sérgio Cabral com mascara, e que ele estava deliberadamente preparando alguma coisa não muito aprovável...
Não são favelados os que estão barbarizando, são "soldados" arregimentados para participar das manifestações e tocarem TERROR!

sexta-feira, julho 12, 2013

O GIGANTE E O LEXOTAN


(Por Nélio Roças).

Beira o patético o acontecido hoje no Brasil. Era quase inimaginável que os trapalhões comandados por Dilma Rousseff conseguissem se superar e promover algo mais circense que o já imputado a seus currículos. Promoveram um verdadeiro festival de horrores, usaram uma central sindical que já estrebucha e mal se suporta de pé, fruto do modelo chapa branca criado pelo Partido dos Trabalhadores, para como ultima (assim esperamos) tentativa, levantar a imagem já tão combalida e acéfala de um governo ineficiente e corrupto. Pagaram segundo informações veiculadas por jornais como O Globo por exemplo um cache de, acreditem, R$50,00 a alguns dos participantes, para que saíssem as ruas carregando suas fedorentas bandeiras e engrossassem uma resposta aos digamos desavisados, para ser educado, que a menos de um mês sem o menor embasamento, esclarecimento ou preparo politico, invadiram as ruas para reivindicar uma pauta absolutamente confusa e sem a mínima condição de ser ponto de partida para qualquer negociação séria e plausível de analise.
O Brasil pode continuar a ser o mesmo, na medida em que jamais deixou de ser esse pais terceiro-mundista, pode inclusive ver passar despercebida toda essa confusão e superar o possível trauma que será a quase certa reeleição de Dilma Rousseff, mas com certeza uma coisa não dará para negar ao mundo: Isso aqui é o pais da piada pronta, habitado por um povo engraçadíssimo e abestado, que ao primeiro aceno de uma cambada de imundos (insisto que foi Zé Dirceu que incitou a rebeldia do movimento passe livre), foi a rua e começou a bagunça que agora tornou-se um dos maiores trunfos e talvez a salvação de um governo que estava a beira de um colapso e caminhando para o fundo do poço.
Agora Dilma Rousseff respira aliviada, pois tem doze meses para remendar algumas coisas que nada mais serão que belas plataformas para as eleições de 2014.
Parabéns POVO GIGANTE, você já fez merdas demais, e agora pode dormir com a certeza que nunca deixaste de ser o que esperávamos de você: UM POVO DE BOSTA!
E veja se se dessa vez dobra a dose do LEXOTAN...


(Nélio Roças)
 

quinta-feira, julho 11, 2013

O gigante fala dormindo

Por  GUILHERME FIÚZA

O Brasil deu para dizer a si mesmo que mudou. Que nada mais será como antes das manifestações de rua, que agora vai. Que se os governantes e os políticos em geral não entenderem o recado das ruas, estão fritos. É um fanfarrão, esse Brasil.
Qual é mesmo o recado das ruas? Vamos falar a verdade: ninguém sabe. Nem as ruas sabem. Ou melhor: não há recado. O gigante continua adormecido em berço esplêndido — o que se ouviu foi um ronco barulhento, misturado com palavras desconexas. Esse gigante fala dormindo.
Há alguns anos, a imprensa vem contando aos gritos o que está acontecendo com o gigante, sem que ele mova um músculo. E o que está acontecendo é devastadoramente simples: em uma década, o ciclo virtuoso do país foi jogado fora pela indústria do populismo. A crise das tarifas de ônibus (estopim dos revoltosos) é só uma unha do monstro: o descontrole inflacionário causado pelo derrame de dinheiro público. País rico é país com 40 ministérios.
A economia estabilizada nos anos 90, e a posterior enxurrada de capital para os países emergentes, deram ao Brasil sua grande chance. E ela foi queimada por um governo que investiu tudo numa máquina eleitoral sem precedentes. Planejamento zero. Investimento quase zero. Infraestrutura abandonada em terra, mar e ar, com trem-bala, Belo Monte e outras assombrações bilionárias encobrindo a realidade: o PAC entregue à pirataria da Delta e quadrilheiros associados. A CPI do Cachoeira chegou a levantar esse véu, mas o gigante não acordou e a CPI foi assassinada (pelo PT e seus sócios).
Os governos Dilma e Lula bateram todos os recordes de arrecadação, com impostos escorchantes (entre os maiores do mundo) que empobrecem os brasileiros e enriquecem o império do oprimido. Nem um gemido das ruas sobre isso. Dilma anuncia um “pacto” sem nada dentro, e ainda diz que para bancar o recheio do pastel de vento terá que aumentar impostos. É o escárnio. E não aparece nenhum Robespierre da Candelária para mandar a presidente engolir o seu deboche.
Enquanto isso, a maquiagem das contas públicas vai bem, obrigado — com mais um truque contábil no incesto entre o BNDES e o Tesouro, para forjar superávit e legalizar a gastança. É pedra na vidraça do contribuinte, que nada ouve e nada vê. Deve estar na passeata, exigindo cidadania.
Pensando bem, foi o governo popular quem melhor entendeu o recado das ruas: os cães ladram e a caravana passa. Ou talvez: os revoltados passam e a quadrilha ladra.
Para checar se o gigante estava dormindo mesmo, o estado-maior petista chamou um dos seus para ir até o ouvido dele e chamá-lo de otário, bem alto. Assim foi feito. Como primeira reação oficial às passeatas, Dilma escalou Aloizio Mercadante para dizer ao povo que ele ia ganhar um plebiscito. E que com esse plebiscito, ele, o povo, ia fazer a “reforma política” (o Santo Graal dos demagogos). Claro que o governo sabia que isso era uma troça, uma piada estilo “Porta dos fundos”. Tanto que caprichou nos ingredientes.
Para começar, a escolha criteriosa do porta-voz. No governo da “presidenta”, cercada de ministras mulheres por todos os lados, a aparição do ministro da Educação — cuja pasta não tinha nada a ver com nada (nem reforma política, nem plebiscito, nem transportes, nem orçamento, nada) — já seria impactante. E não era qualquer ministro. Era o famoso Mercadante, figura tostada em casos como o dossiê dos aloprados e a “renúncia irrevogável” da liderança do PT no Senado, quando o partido decidiu acobertar o tráfico de influência de Sarney (Mercadante revogou sua própria renúncia em menos de 24 horas).
E o porta-voz foi logo anunciando um “plebiscito popular”, só faltando dizer que era uma decisão de “governo governamental”. Enfim, um quadro de “Zorra total”.
Com toda essa trágica palhaçada gritada em seu ouvido, o gigante permaneceu estático. Sono profundo. Nem um “basta”, nem um “#vem pra rua”, nem um “que m... é essa”. Depois daquele incrível ensaio de Primavera Árabe (ou seria Inverno Tropical?), com milhões nas ruas em todo o território nacional, o Brasil revolucionário mordeu a isca como um peixinho de aquário. E está até agora discutindo, compenetradamente, o plebiscito popular e irrevogável do Mercadante. Contando, ninguém acredita.
O país se zangou, foi para as ruas, tuitou, gritou, quebrou e voltou para casa sem nem arranhar quem lhe faz mal. O projeto de privatização política do Estado, que corrói a sociedade e seu poder de compra, está incólume. A prova disso? A popularidade de Dilma caiu, mas quem surgiu nas pesquisas para 2014 vencendo a eleição no primeiro turno, e escolhido “o mais preparado para cuidar da economia nacional”? Ele mesmo: Luiz Inácio, a nova esperança brasileira.

Ora, senhor gigante: durma bem! Mas, por favor, ronque baixo. E pare de bloquear as ruas com seus espasmos inconscientes.


Guilherme Fiuza é jornalista e escritor.